sexta-feira, abril 13, 2007

Leitor

Coubert, A Leitura.

A leitura começa para o leitor na escolha do livro, em sua retirada da estante, na observação de uma orelha ou quarta-capa, no cheiro característico e, porque não, no som da página sendo virada. Para um leitor, todos esses elementos compõem um rito e antecipam o prazer do ato. Ao ler, além de interagir com o objeto livro, o leitor também interage com o texto, com o autor, com todas as suas leituras anteriores e, principalmente, consigo mesmo. Ao entrar em contato com outras representações de realidade, ele reflete sobre sua própria existência ou acumula subsídios para uma futura reflexão. O repertório literário tem um peso tão grande sobre a interpretação de uma obra, que ao reler o mesmo livro pela segunda vez, o leitor terá uma impressão diferente da que teve na primeira leitura.

Ao ler um livro, o leitor - ou receptor – cria significação para o texto e é então que ele passa a existir em toda a sua complexidade. Segundo Barthes “um livro começa a existir não quando um autor termina sua redação ou quando o editor o encaderna, mas quando o leitor fecha sua última página.” E o autor escreve tendo em mente que sua obra será lida, ganhará identidade e vida próprias, conforme o significado que lhe for atribuído pelo leitor. Reside aí o poder transgressor da leitura ofertado ao leitor, que se apropria da obra e a singulariza.



Um comentário:

Anônimo disse...

Acabei de ler "Marley e Eu", antes desse "O Caçador de Pipas" e agora "O Livro de Ouro da Mitologia"... Não sou uma fanática por leitura, nunca fui... Sempre preferi fazer programas na rua, ver TV, achava que o livro tomava muito tempo e queria aproveitar cada minuto ... Meu irmão, mãe e avós, sempre foram muito mais leitores do que eu... Mas o infinitamente número menor de livros que eu li foram inesquecíveis. Hoje percebo que posso cultivar a leitura nos meus tempos vagos e ociosos e ela se torna ótima (à noite antes de dormir, em salas de espera, no ônibus...). Entendo também que ter escolhido a faculdade de Direito me ajudou no exercício da leitura, condição para um bom profissional na minha área... Quando leio, me desconecto do mundo, recrio em minha mente as situações, diálogos e lugares descritos no livro... Consigo devorar um livro de mais de trezentas páginas em menos de uma semana se ele realmente me tocar e me prender a atenção... Outros, bons, mas que não conseguem produzir esse efeito em mim, são partilhados com leituras paralelas de outros livros, para que eu não os abandone... Acho que a leitura é um hábito, um ritual e de suma importância em nossas vidas e, para que faça parte delas e se perpetue pelo tempo, deve ser estimulada sempre nas novas gerações e desde cedo. Sim, desde criancinha, pois elas hoje têm infinitos recursos e opções de lazer e se não forem conduzidas pelos pais, certamente acharão a leitura tediosa... Afinal, como competir com o computador, os games e a televisão? Viva os livros e a cultura que nos proporciona, o lazer, a reflexão, o estímulo à imaginação e à criatividade, o conhecimento, a melhora em nosso português escrito e falado....