tela de Francisco Rebolo
moça na janela
eu queria ser a moça na janela
brisa no rosto
barulhos de vida dos outros
cheiro de flores que não são pra mim
quarta-feira, dezembro 10, 2008
quinta-feira, outubro 23, 2008
segue
o Tempo tem vontade própria
não tolera amarras,
regras, padrões
o Tempo passa ao largo da razão
e mesmo que a gente tente capturá-lo
ele segue,
alheio a qualquer esforço
mas o Tempo tem também
seu tempo de esquecimento.
basta viver como se Ele não existisse
que Ele mesmo esquece sua existência
passa ao largo de suas regras imutáveis
se deixa capturar
ainda que inconsciente disso
não tolera amarras,
regras, padrões
o Tempo passa ao largo da razão
e mesmo que a gente tente capturá-lo
ele segue,
alheio a qualquer esforço
mas o Tempo tem também
seu tempo de esquecimento.
basta viver como se Ele não existisse
que Ele mesmo esquece sua existência
passa ao largo de suas regras imutáveis
se deixa capturar
ainda que inconsciente disso
***
quarta-feira, julho 09, 2008
diálogos mudos
escrevo bobagens despretensiosas para me acalmar
esvazio a cabeça
dos diálogos intermináveis
comigo mesma
é preciso espaço
ar
para novas falas
para as minhas muitas vozes
eco sem fim
sem paz
as palavras mudas
aos outros
surdos
apenas aos outros
gritam
escrevo entre um almoço
15 minutos
laudas encomendadas
sisudas
previamente calculadas
laudas matemáticas
sem vigor nem poesia
escritas por dever
para comer, vestir
sobrevivência
laudas
sufocam a verdadeira escrita
quem replica poetas como vagabundos
desconhece o valor da não-ação
o tempo precioso
respirar
digerir
ordenar
vomitar
palavras encadeadas
quero o tempo do prazer
sem hora
lugar
amante imposto
comida tacanha
contado no relógio
e no bolso
a escrita que eu escolhi
a do prazer
sem tempo
caracteres programados
exigências
mentiras
profecias
mas as palavras
elas continuam aqui
e nem dormir eu posso
a cabeça
ela não pára
pronta para acordar
a qualquer hora
com os gritos dos diálogos
que por não serem capturados
transferidos
para um mundo real
adormecem
alheias e mudas
em sonhos de vapor
esvazio a cabeça
dos diálogos intermináveis
comigo mesma
é preciso espaço
ar
para novas falas
para as minhas muitas vozes
eco sem fim
sem paz
as palavras mudas
aos outros
surdos
apenas aos outros
gritam
escrevo entre um almoço
15 minutos
laudas encomendadas
sisudas
previamente calculadas
laudas matemáticas
sem vigor nem poesia
escritas por dever
para comer, vestir
sobrevivência
laudas
sufocam a verdadeira escrita
quem replica poetas como vagabundos
desconhece o valor da não-ação
o tempo precioso
respirar
digerir
ordenar
vomitar
palavras encadeadas
quero o tempo do prazer
sem hora
lugar
amante imposto
comida tacanha
contado no relógio
e no bolso
a escrita que eu escolhi
a do prazer
sem tempo
caracteres programados
exigências
mentiras
profecias
mas as palavras
elas continuam aqui
e nem dormir eu posso
a cabeça
ela não pára
pronta para acordar
a qualquer hora
com os gritos dos diálogos
que por não serem capturados
transferidos
para um mundo real
adormecem
alheias e mudas
em sonhos de vapor
sob o céu de lisboa
lindo em imagens e sons rodado pelo Wim Wenders em Alfama bairro antigo de Lisboa atemporal em cor e preto e branco com trilha e atuação do Madredeus Teresa Salgueiro à portuguesa com direito a bigode e cabelo engomado linda debaixo dos holofotes azulados imagens de sonho poesias de Pessoa fotografia excepcional delicadeza de idéias e formas tensão poética maravilhosa crianças brincando em ruas escadarias ladeiras casarios à galega velhos gritando por reforma contraste entre o novo e o velho medieval contemporâneo e velhos hábitos nova geração o tejo e muita vida
sexta-feira, junho 06, 2008
3 anos depois – sobrevivi
eu: brincando de et
Se você trocou a sua cidade por São Paulo e é um retirante como eu, deve ter ouvido em algum momento sobre o mito dos 3 anos. Reza a lenda que depois de 3 anos na cidade céu-inferno, as coisas melhoram – leia-se dinheiro no bolso. Bom, hoje completo 3 anos de Sampa e estou torcendo pra essa história ser verdade! Vou até jogar na loteria amanhã cedo... hehehe
Mas, torçam, porque não custa nada!
Se você trocou a sua cidade por São Paulo e é um retirante como eu, deve ter ouvido em algum momento sobre o mito dos 3 anos. Reza a lenda que depois de 3 anos na cidade céu-inferno, as coisas melhoram – leia-se dinheiro no bolso. Bom, hoje completo 3 anos de Sampa e estou torcendo pra essa história ser verdade! Vou até jogar na loteria amanhã cedo... hehehe
Mas, torçam, porque não custa nada!
quinta-feira, maio 29, 2008
adidas Grün
Eita! Muito tempo sem escrever aqui, no meu oásis em plena São Paulo. A desculpa é muito trabalho e blog dos outros. Sim! Tenho desenvolvido e escrito blogues corporativos. Dá uma olhada lá no www.adidasgrun.com.br
Como é trabalho, não tem erro de deixar de escrever um dia sequer. Vai lá e deixe um comentário!
Mas esse blog não será largado às traças. Assim que eu conseguir, retorno e escrevo para arejar.
domingo, fevereiro 24, 2008
um dia e quem sabe...
um dia
– e quem sabe esse ano –
as palavras não estarão mais na estante
trancadas em livros que não leio
as palavras não estarão mais trancadas em mim
em um lugar que mal posso alcançar
um dia
– e quem sabe esse ano –
todas as palavras
confusas em seu estado bruto e diversidade
se reunirão em combate contra todo o emburrecimento
contratado mensalmente
e o estresse que impede as palavras de se organizarem
a expressão e qualquer possibilidade de pensamento
quedará cansado
diante da turbulência e urgência de minhas palavras
diante do embate de minha vida
um dia
– e quem sabe esse ano –
tudo o que eu tocar
vai se transformar em palavras
silenciosas,
mas profundamente audíveis
em toda a sua estrutura
então, as palavras se encontrarão em torvelinho
em plena forma
ao alcance de minha língua
e, ao invés de queimar, ferinas as palavras
vão preencher todas as lacunas
de punho em riste
vão sair por aí, independentes de minha vontade
entregues à sua própria condição de palavra
sinto falta da lucidez e insanidade de minhas palavras em desalinho...
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