sexta-feira, agosto 18, 2006

Eu faço samba e amor ate mais tarde

Depois de virar a noite na agência e não conseguir dormir o tantinho de madrugada que me restava, acordei com gosto de poesia. Graças a Deus. " Eu faço samba e amor até mais tarde e ainda tenho muito a fazer..." Grande Chico. Deu até vontade de aprender a tocar violão só para compor - desejo antigo. Mais uma para a minha lista de coisas que quero fazer antes de morrer

quinta-feira, agosto 17, 2006

Constataçao cruel

Que o mercado de trabalho anda muito fechado, todo mundo sabe. Você conhece uma meia dúzia de pessoas talentosas, desempregadas anos a fio, e se depara com uma certa dificuldade quando quer mudar de emprego. Paciência, é questão de tempo. Mas a verdade é que, quando você tem um trampo, acaba perdendo a real dimensão de como a coisa anda preta. Acabei de coordenar um processo de seleção para redator e fiquei estarrecida. Segui a cartilha, como manda o figurino, com anúncio no Comunique-se, definição de faixa salarial - que não era lá essa maravilha-, e job description. Dez minutos depois, os e-mails começaram a jorrar desesperadamente na minha caixa. Para a minha surpresa, não se tratavam apenas de jovens entre 21 e 25 anos. Aliás, a grande massa estava acima dos 40, com uma experiência muito maior do que a minha - diploma de doutorado, aulas ministradas em faculdades, atuação internacional, inglês, francês, alemão... Enfim, todo o tipo de profissional gabaritado, desempregado, concorrendo a uma vaga para recém-formados e aceitando salário bem abaixo do aceitável nesta fase de vida.

A coisa está preta, sim. Quando a gente vê o Estadão demitindo a velha guarda da Empresa, se desfazendo de profissionais experientes - como quem troca a mobília de mais de 20 anos de uso... Dá medo! Para o capital, ótimo. Gente disposta a ganhar pouco e acumular milhares de funções. Mas para o conteúdo, uma verdadeira tragédia. Porque é a vivência que define a qualidade de um veículo de comunicação. Nada que não se ganhe com o tempo, envelhecendo. É isso mesmo, nesta área a idade faz diferença, amplia o ponto de vista, caleja, dá uma malandragem importante para distinguir a realidade da ilusão e não engolir gato pensando que é lebre.

Mas, vai ver que é exatamente isso que a modernidade não precisa, experiência...

Causo

Queimei o braço no vapor da chaleira, tropecei no filhote de basset que tenho em casa e arranhei a queimadura na parede. O pior é que é verdade. Agora estou com um curativo gigante e horroroso para evitar sair esbarrando com o machucado em tudo que é canto. Ó vida!

terça-feira, agosto 15, 2006

Estréia no telão

Definitivamente, não vou lembrar da minha primeira experiência com cinema. Mas acabei de passar por uma que me pareceu a primeira de todas. Levei meu filho de quase 3 anos para ver Os Sem Florestas. O filme, não é nada demais, feito mesmo para a molecada. Mas a estréia do moleque no telão foi o máximo. Não vou esquecer nunca do frisson já na hora de comprar a pipoca. Ele intuía que aquela seria uma experiência ímpar para a vida dele e estava na maior expectativa. A gente entrou atrasado na sala - pq eu sou mesmo muito enrolada e estava sozinha com criança, combo de pipoca, balde de guaraná, casacos, bolsa e entradas. Já estava escuro e ele apertou forte a minha mão. Sentou na poltrona com o regalo de quem tem um espaço só pra si e ficou louco quando viu a supertela. "Mãe, mãe! Tem uma televisão muito grandona na parede toda!"Ele ficou quase que esmagado pela grandiosidade da tela, sentado na poltrona sem piscar o olho sequer. E entrou numas de comentar em alto som cada cena do filme. Precisei dar as primeiras noções de etiqueta no cinema e o filme foi inteiro com o olho grudado, balde de guaraná a tiracolo e pipoca por todos os lados, menos na boca.

O máximo! Me lembrou Cinema Paradiso. O tipo de experiência impagável. A nossa cumplicidade só aumentou e domingo que vem tem mais. Resumindo, arranjei uma ótima companhia para curtir o telão. É para isso também que servem os filhos. Para quem ainda não entendeu qual a graça de ter um filho, é essa...

quinta-feira, agosto 10, 2006

Tesão. Muito tesão.

Felicidade é chegar aos quase 30 e descobrir que ainda tem força e fôlego para fazer circo. Pelo menos pra mim, é assim. Tinha 15 anos que eu não subia em corda ou trapézio e achei até que não fosse conseguir. Mas a lembrança do momento de realização plena não saiu da minha cabeça todos esses anos. Nesse tempo, pelo menos uma vez por mês, eu sonhei que subia na corda, fazia truque no trapézio e me balançava lá em cima. Agora, que resolvi voltar a fazer acrobacia aérea, nem a TPM tem conseguido me tirar do sério. Além disso, haja abdominal e braço. É bom sentir o progresso na carne.
No primeiro dia, não foi fácil. Deu medo, eu velha ali no meio daquele monte de garotinhas saradinhas, sem saber onde colocar pé, mão, barriga - meu Deus, cada abdominal de matar! Mas o corpo é sábio e, aos poucos, um jeitinho, uma postura, a lembrança de um truque e tudo foi voltando à tona, como há 15 anos. É claro, que a essa altura, não serei uma circense, não vou concorrer ao teste do Cirque du Soleil... Mas ando bem feliz,com a superação semanal dos meus limites, com o meu corpo ganhando vida própria. Como é bom fazer exatamente aquilo que se gosta. Que tesão subir no tecido, virar de cabeça para baixo e me jogar lá de cima, num CABUM! com direito a grito gutural. Quero mais... E ainda vou comprar uma corda para instalar em casa... Doses extras de serotonina para alguém que tem déficit desta substância. Sensacional!

terça-feira, agosto 08, 2006

Saudade

Tem pessoas que saem da sua vida sem qualquer alarde e parece que nunca nem existiram na sua história. Mas tem aquelas que realmente fazem falta, das quais você certamente vai lembrar com muita saudade e carinho pelo resto da vida. Um dia, fazendo compra, preparando um prato qualquer, ou mesmo a reboque do perfume de alguém, você sorri com certa melancolia e lembra do amigo que tanto foi presente em alguma fase da sua vida.
A primeira vez que eu senti pesar por amigos que se iam, eu tinha uns 15 anos, passando da oitava série para o segundo grau. E a minha mãe me disse para aproveitar aquele último período com aquelas pessoas, ao invés de chorar por uma amizade que ainda não tinha terminado. "Você vai passar por muitas separações e essa é só a primeira". Ela tinha toda a razão - como na maior parte das vezes. Muita gente legal passou pela minha vida, sempre deixando alguma contribuição valiosa, mesmo quando negativa. E fui me formando, juntando um pouco de um aqui e de outro ali, a partir de toda esta matéria humana.
Hoje, entendo que o trânsito de gente é importante e natural. Você perde contato com pessoas que adora, porque não tem tempo - ou fica com preguiça, ou tem receio de incomodar - de pegar o telefone e dar um toque, de encontrar para um chopp, ou até por falta de habilidade com follow de amigos. E o trânsito vai fluindo, você conhece pessoas interessantes, deixa de ver outras nem tão legais assim, e passa pela vida de muita gente da mesma forma que passam pela sua.
Ainda assim, sinto falta do meu amigo Pablo. Da amizade desinteressada; das nossas conversas muito engraçadas e sem papas na língua; de suas receitas maravilhosas e rebuscadas; das milhares de garrafas de vinho que tomamos juntos, tentando adivinhar as notas de sabor; dos papos loucos dele com o Andre, meu maridão; de sua família fascinante e artística; e, principalmente, de sua generosidade e atenção. Foi uma dessas amizades que marcou a vida de toda a minha família e que aos poucos foi se desfazendo na poeira dos mal-entendidos e das mudanças bruscas da vida.
Eh, Pablo, espero que você esteja muito feliz, cozinhando a valer por aí, e fazendo amizades tão especiais como a nossa.

sábado, agosto 05, 2006

Falta tempo

Não tenho conseguido escrever. Milhares de coisas ao mesmo tempo, muito trabalho, criança, marido, cachorro... O foda é que justamente a atividade que te dá mais prazer acaba colocada em segundo plano - neste caso em último plano. Mas é que escrever exige um tempo de deglutição dos acontecimentos e sentimentos, de doação, e toda vez que eu sento no computador acabo sendo tragada pela internet, notícias, gmail, orkut,trabalhos trazidos para casa, ou pesquisas que ficaram na cabeça o dia todo. Preciso me dedicar mais ao que realmente gosto de fazer. Preciso de uma assistente do lar, para não passar todo o tempo livre arrumando, limpando e me estressando. Como diz a minha mãe, e eu concordo, eu não sou do tipo de mulher que passa bem tendo que lavar, passar e cozinhar. Confesso que gosto de cuidar da minha casa e, principalmente, de mimar meu marido e filho com guloseimas, surpresas e muitas gentilezas. Mulher tem mesmo dessas, nasceu para gerar vida, cuidar, amamentar, acarinhar e fazer da sua casa um ambiente bem gostoso, familiar.