domingo, abril 22, 2007

Amor de criança


Não me lembro a primeira vez que me apaixonei, mas me lembro de noites de choro antes de dormir, com nada mais que 7 ou 8 anos. O nome do menino era Gabriel. E eu nem sei que tipo de coisa era aquela, já que eu nem sonhava em beijar, mas gostava dele. Para a minha maior vergonha, a mãe dele sabia e me chamava de norinha.

Reencontrei com o Gabriel nos tempos da faculdade. Ele se tornou um homem lindo. Na época, ele estava cursando artes cênicas e namorando um cara muito legal. C'est la vie...

Eu fui uma criança muito quieta, observadora, tímida e muito romântica, que pedia para ir ao banheiro na hora da aula só para ficar contemplando as árvores altas do Palácio da República que davam para os fundo do colégio - Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria -, no Catete. A professora chegou a chamar a minha mãe para conversar sobre o meu dom para a vida eclesiástica (sic).

Aos 12, a bola da vez era o Rafael C., um menino que morava no Cosme Velho. Ele era a sensação da escola, cheio de anotações na caderneta, suspensões e muitas meninas suspirando pelos cantos. Não aconteceu nada. Aliás, só fui dar o primeiro beijo aos 15.

Por que tanto saudosismo a essa altura? Estou tentando me lembrar da relação com os meninos na infância. É que meu filho está apaixonado e só tem 3 anos. Não pára de falar da Fefê e agora cismou que ela tem que conhecer a nossa casa. E ele, é claro, quer estar vestido de Batman nessa ocasião.

A menina é mesmo bem lindinha. Morena, de cabelo cacheado, rostinho mimoso e com uma personalidade daquelas - é taurina. Fiquei orgulhosa do bom gosto do meu filhote. Como boa mãe, fui logo fazendo a minha parte: convidei a mãe da menina para um lanche em casa. Estratégia para ajudar o meu pequeno.

Agora é só esperar e tentar apaziguar a ansiedade do Lu, que está eufórico, fazendo mil planos de brincadeiras e lanches.

A primeira de muitas namoradinhas que virão por aí e eu não quero ser do tipo mãe-tranqueira. Vou ser legal com as meninas e deixar que meu filho faça as suas próprias escolhas. Porque mãe pentelha, metida a dominadora e sogra bruxa ninguém merece.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é, mãe castradora não dá, a única coisa que ela consegue é deixar o filho infeliz e fazer com que ele se afaste dela... Eu, na qualidade de tia-coruja, faço votos de que o pequeno Lucas não tenha muitas desilusões amorosas e seja feliz no amor e na vida... Aproveite bem cada fase de sua vida e seus amores... Você pode não acredir mas até os 13 anos eu era mega tímida na relação com meninos e paixões... Tenho várias estórias hilárias registradas inclusive em meus diários, escritos até esta fase... Gostava, mas tinha pânico de me declarar ou de não saber beijar, hahahahaha... Depois que abriu a porteira, não parei mais e não queria outra coisa... Sonhava com meus amores platônicos, arrumava pombas-correio, mandava recados, cartinhas, olhares, mas na hora agá, fugia, subia em muro, árvore, corria, me escondia, debaixo da cama, no banheiro, não daria pra escrever tudo num só dia... Vivia apaixonada, boa época... A vida é sábia, não deixa acontecer as coisas antes da hora, nem com qualquer um... Estar madura (pelo menos um pouco, é importante pra podermos passar por determinadas situações, acho que faria tudo de novo se pudesse voltar no tempo...