quarta-feira, junho 14, 2006

...Tatoo

E eu que achava que seria uma vovó moderna, cheia de tatuagens, percebi no estúdio do tatuador que tatuagem virou moda. Uma patricinha dourada, do tipo modelona, de cabelo escorrido até a bunda e unhas vermelhas compridas desfilava as suas doze tatuagens, enquanto combinava um kanji para celebrar a amizade com a melhor amiga. Outra patricinha, acompanhada pelo pai-médico, acabava de sair da sala com três estrelinhas estampadas na nuca. E um japinha nerd, sentindo-se liberto, bradava que depois de passar pela tatuagem, ele podia tudo, até mesmo terminar um namoro de cinco anos. E a tatoo tem disso mesmo, é mágica. Tem poderes de feitiço e pode transformar. Tão simbólica que, ancestralmente, é praticada nas mais esotéricas religiões, do candomblé aos rituais maoris, celtas, vikings. Uma pintura clandestina e pagã por tantos séculos, em várias sociedades, orientais e ocidentais, que exerce fascínio em alguns e causa medo em outros. E, mesmo com toda esta mania de tatoo, o preconceito ainda existe e a copeira do meu trabalho está aí para provar. Desde que viu o desenho no meu corpo, parou de falar comigo, está me olhando torto e esqueceu quem eu era. Para ela, eu virei outra pessoa, mostrei minha verdadeira face. Paciência! Não fui a primeira e nem serei a última. Neste caso, um viva para as patricinhas que estão ajudando a romper com o preconceito! rsrsrsrs

Certamente, as próximas duas não vão levar outros dez anos. Prazer, compulsão e volúpia estão marcados na minha pele.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fizeste mais uma tatoo? Eu nem comento, já tô na quinta... beijo

Anônimo disse...

Hei, eu tava lá, eu tava lá!