segunda-feira, junho 08, 2009

nenhuma palavra que valha

Tenho uma vontade tão grande de escrever... mas meu senso de dever, me impede. "Primeiro a escrita que coloca comida no prato!". Ouço a fala ríspida e de poucos amigos que retumba de uma priscila grande em responsabilidade.

Mas, quietinha e acuada, lateja uma outra voz, que se desnaturalizou, como diria um antigo professor de biologia, e se espalhou por todo o organismo, numa luta muda pela retomada do espírito.

Meus músculos contorcidos em dor só queriam um pouco de poesia. Minha garganta sufocada por um bolo enorme de angústia gástrica, queria apenas vibrar algumas notas.

Sinto um calafrio que ziguezagueia da base da coluna até a nuca, reclamando alguma mobilidade.

Mas eu não posso nada...

Essa priscila anda trancada em um corpo sonâmbulo e austero. E este manifesto, se é que posso chamá-lo desse jeito, saiu assim meio sem querer, desajeitado e furtivo.

Agora, preciso pegar meu filho na escola.

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